Plantas Tóxicas

As plantas são seres vivos complexos, como tais, apresentam um metabolismo extraordinário, que leva à produção de uma grande variedade de substâncias química.

Algumas dessas substâncias como as proteínas, os lipídios, os carboidratos e os ácidos nucleicos – são comuns a todos os seres vivos e usados no crescimento, na reprodução e na manutenção dos vegetais.

No entanto, um número elevado de compostos químicos produzidos pelos vegetais serve a outros propósitos. Os pigmentos (flavonóides, antocianinas e betalaínas) e os óleos essenciais (monoterpenos, sesquiterpenos e fenilpropanoídes) atraem polinizadores, enquanto algumas outras substâncias, como os taninos, lactonas sesquiterpênicos, alcalóides e iridóides, além de apresentarem sabores desagradáveis, podem ser tóxicos e irritantes para outros organismos. Essas substâncias funcionam como dissuasórios alimentares e protegem as plantas contra predadores e patógenos.

Várias dessas substâncias tóxicas podem causar envenenamentos graves em seres humanos ou em animais domésticos quando plantas que as contenham são ingeridas ou quando entram em contato com a pele.

O primeiro requisito para suspeitas da possível toxidade de uma planta é o relato de uma pessoa ou observação de animais que tenham desenvolvido um quadro clinico após a ingestão ou contato com a espécie. Todavia, pode acontecer de outra pessoa (ou animal, nos casos veterinários) ter contato com a mesma espécie e não haver sintomatologia aparente.

Isso pode ser consequência de um ou mais fatores associados, tornando incerta a condição de planta tóxica admitida anteriormente. Sendo assim, para a qualificação de uma planta como tóxica ou não, é necessário ter em mente as seguintes variáveis.

1- Diferentes partes de uma (raiz, caule, flores, frutos sementes) frequentemente contêm diferentes substâncias químicas ou diferentes concentrações de uma mesma substância. Como exemplo, pode-se citar a mamona, cujas sementes apresentam grandes quantidades da proteína tóxica ricina, enquanto que as folhas apresentam apenas traços dessa proteína.

2- A idade da planta e o estado de amadurecimento dos frutos contribuem para a variação nas concentrações das substancias. A escopolamina, por exemplo, é o principal alcalóide presente em espécimes de saia-branca (Brugmansia suaveolens (Willd) bercht. & C. Presl), enquanto que a hiosciamina é predominante nas plantas, mais velhas. Os taninos estão em geral presentes em frutos verdes e praticamente ausentes nos frutos maduros.

3- Clima, solo e estação do ano alteram a síntese de alguns compostos. Existem relatos de cultivares diferentes da mesma espécie ou variedade apresentando diferentes constituições de algumas substâncias.

4- Variedades da mesma espécie podem apresentar constituições químicas diferentes.

5- Patologias vegetais, como ataques de fungos, bactérias e até mesmo a predação por herbívoros, podem induzir o vegetal a produzir substâncias que normalmente não produz.

6- Indivíduos diferentes apresentam diferentes taxas de sensibilização a certos compostos vegetais. Isso normalmente ocorre com pessoas sensíveis a certas substâncias presentes nas anacardiáceas. Muitas pessoas são extremamente sensíveis, enquanto outras apresentam pouca sensibilidade, sendo necessárias várias exposições para algum tipo de sensibilização ocorram.

7- A intoxicação pode estar limitada à quantidade de vegetal ingerido, ou à maneira de ingestão (bem ou mal mastigado). Algumas plantas da família Oxalidaceae, por exemplo, conhecidas como azedinhas, são normalmente ingeridas por crianças devido ao seu sabor levemente azedo, sem nenhum tipo de dano à saúde. No entanto, se a quantidade ingerida for muito grande, desenvolve-se um quadro de intoxicação por oxalato de cálcio.



A Escola Municipal de Ecologia possui exemplares como:

Cróton

Nome popular: Cróton

Nome científico: Codiaeum variegatum

Origem: Índia, Malásia e Ilhas do Pacifico

Parte tóxica: Semente (as folhas, látex e raízes apresentam menor toxidade).

Princípio tóxico: Alcaloides crotina

A inflamação violenta da mucosa intestinal, seguido de vômitos, debilidade e morte, cinco sementes são suficientes para matar um homem de 80 kg. 

Ocorrem opressão e dificuldade de epigastria, insônia, violenta palpitação do coração, dor de cabeça, confusão mental e pulso irregular.

Na pele ocorre a formação de pústulas vermelhas, eczema e irritação da boca.

Tratamento: Sintomático

Bico-de-papagaio

Nome popular: Bico-de-papagaio

Nome científico: Euphorbia pulcherrima 

Origem: México 

Parte tóxica: Todas as partes da planta 

Princípio tóxico: Látex irritante

Causa lesões na pele e nas mucosas. Em contato com os olhos pode causar grande irritação, edema de pálpebras. Ingerido causa queimaduras nas mucosas da boca e garganta, náusea, vômito e diarreia.

Tratamento: Lesões de pele: cuidados higiênicos, lavagem com permanganato de potássico, pomadas de corticoides, anti-histamínicos via oral.

Casos graves: corticoides. Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios antissépticos.

OBS: Consultar Oftalmologista.

Coroa-de-cristo

Nome popular: Coroa-de-cristo

Nome científico: Euphorbia milli

Origem: Ilha de Madagascar

Parte tóxica: Todas as partes da planta

Princípio tóxico: Látex irritante

Causa inflamação da epiderme, queimação de mucosas, inchaço da boca, nos lábios e garganta, edema de glote, asfixia, náuseas, salivação, vômitos, diarreia.

Em contato com os olhos pode causar conjuntivites, edema e congestão da mucosa ocular e pálpebras.

Tratamento: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva), analgésicos e anti-histamínicos. Corticoides em casos graves.

Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos.

OBS: Consultar Oftalmologista.

Aveloz

Nome popular: Aveloz 

Nome científico: Euphorbia tirucalli

Origem: África

Parte tóxica: Todas as partes da planta

Princípio tóxico: Látex irritante

Causa irritação da mucosa bucal e do estômago, náusea, vômito, diarreia, conjuntivite, úlcera da córnea e cegueira.

Tratamento: Lavagem gástrica, controle das funções respiratórias e circulatória, além de fluidoterapia.

Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos.

OBS: Consultar Oftalmologista.